Passe é o nome que se dá no Espiritismo à imposição de mãos. Segundo os adeptos desta doutrina, visa promover a doação de supostas bioenergias de um indivíduo ao outro. O passe é uma prática amplamente difundida entre os espíritas.
Mario B. Tamassia assim o define:
“transfusão de energias da natureza física, biológica, psíquica e espiritual, de uma pessoa para a outra, fazendo-se isto, geralmente, estendendo as mãos. Dá-se o nome de passista a quem dá o passe”.
Para os espíritas a "cura" não se dá pelo passe, pura e simplesmente, podendo ser um processo que dure mais que uma encarnação pelo reajuste espiritual do indivíduo, sendo este um simples mecanismo de auxílio.HISTÓRICO SOBRE PASSES
Para alguns não-espíritas, o passe espírita seria um derivado das ideias de magnetismo animal de Franz Anton Mesmer, e esses mesmos o considerariam charlatão - muito embora outros estudos questionem a validade das conclusões então encontradas quando dos estudos de Lavoisier e Benjamin Franklin contra Mesmer.
Gabriel Delanne expôs um histórico do fenômeno da cura pelo magnetismo, lembrando que desde a remota antiguidade os sacerdotes tinham conhecimento profundo das propriedades das práticas magnéticas, citando os magos da Caldeia, os brâmanes da Índia e em seu tempo, os faquires; assim também egípcios "empregavam, no alívio dos sofrimentos, os passes a aposição de mãos, como os executamos ainda em nossos dias", citados nos escritos de Arnóbio, Celso e Jâmblico; Celso narra que Asclepíades de Pruse, entre os romanos, fazia adormecer as pessoas acometidas de frenesi; de todos os antigos, o mais famoso nesta prática foi Simão, o Mago; de igual forma era prática comum na Gália entre os druidas e estes eram tão aptos e famosos na prática que vinham pessoas de todo o mundo consultá-los; na Idade Média os sábios praticavam-na, e Avicena, no século X escrevera que a alma pode atuar não apenas sobre o próprio corpo, como sobre outros, a distância; em 1682 Valentine Greatrakes curava com as mãos, na Inglaterra.
No século XIX Allan Kardec reporta a prática do passe como parte da mediunidade curadora em diversas de suas obras; em A Gênese ele diz:
"É muito comum a faculdade de curar pela influência fluídica e pode desenvolver-se por meio do exercício; mas, a de curar instantaneamente, pela imposição das mãos, essa é mais rara e o seu grau máximo se deve considerar excepcional."Capítulo 14, item 34 in:[
Na terminologia da época, Kardec menciona que há doação de "fluido":
"O médium curador transmite o fluido salutar dos bons Espíritos"
e, ao contrário dos médicos que estudaram e dos magnetizadores que muitas vezes davam da própria saúde, estes não poderiam cobrar pelo que faziam.Ensinou, ainda, o codificador da Doutrina que se trata de um tipo especial de mediunidade mas que
"essa faculdade não é essencialmente mediúnica: possuem-na todos os verdadeiros crentes, sejam médiuns ou não. As mais das vezes, é apenas uma exaltação do poder magnético, fortalecido, se necessário, pelo concurso de bons espíritos."
Léon Denis, contemporâneo de Kardec, assinalava que "...o magnetismo vem a ser a medicina dos humildes e dos crentes", enquanto Angel Aguarod pregava que "reservemos para os magnetizadores a medicina do espírito" e Albert de Rochas já utilizava o termo "passes" e falava em "imposição de mãos".
Segundo Carlos Torres Pastorino (1973) o passe seria uma transfusão de elétrons de um indivíduo ao outro: “Os passes, portanto, são um “derramamento” de elétrons, através das pontas dos dedos, para restabelecer o equilíbrio daquele que recebe o passe, e que deles está carecente.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Passe_(espiritismo)
Formatação: HR
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